Política

Bastidores da eleição na Bahia; negociações travam em alguns municípios do Estado

Bastidores da eleição na Bahia; negociações travam em alguns municípios do Estado
  • Publicadosmarço 19, 2024

A política começa a esquentar em todas as regiões da Bahia. Em Salvador, a disputa entre o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) e o prefeito Bruno Reis (União Brasil) promete. Geraldo é ousado, mas não se sabe se seus votos têm o tamanho da sua ousadia. Já Bruna Reis confia na boa gestão e nos números das pesquisas que até aqui lhe dão a vitória no primeiro turno.

Mas a situação não é diferente em outros municípios baianos, onde a disputa também vai ser muito acirrada. Em Feira de Santana, Zé Ronaldo (União Brasil) poderá ir para mais um round contra Zé Neto (PT); em Juazeiro a oposição continua sem definir o seu candidato, enquanto isso a prefeita vai avançando. Conheça abaixo um pouco dos bastidores da eleição na Bahia:

Tiro pela culatra

O ex-governador Rui Costa (PT) voltou a ativar o modo fake para atacar a prefeitura de Salvador, mas foi desmascarado à luz do dia no episódio da construção de creches e escolas através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Muitos avaliam que Rui tentou criar uma cortina de fumaça para tirar o foco da cobertura da imprensa sobre a portaria do governo Jerônimo que trata da aprovação em massa de estudantes. Contudo, o tiro saiu pela culatra porque documentos publicados pelo CORREIO mostraram que, na verdade, o ministério de Rui, que cuida do PAC, negou seis propostas da prefeitura para a construção de escolas e creches. Para completar, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) respondeu à provocação do petista com um tiro certeiro: “em Salvador, a gente não precisa aprovar aluno por decreto”. Rui podia voltar para Brasília sem essa.

O vice do vice

O vice-governador Geraldo Júnior (MDB) tem tido dificuldade para encontrar nomes para compor a vice em sua chapa. A opção dos sonhos, a secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Fabya Reis (PT), já avisou que não tem interesse. O vereador Sílvio Humberto (PSB) também já disse, em conversas reservadas, que não é seu desejo. Já deputada estadual Olívia Santana (PCdoB), outra que Geraldo tanto quer na chapa, não apenas rejeitou como aproveitou para alfinetar: “É uma lástima você viver em um estado como a Bahia, (com) 82% de pessoas negras em Salvador, a capital nacional da negritude baiana, e a gente não consegue, mesmo tendo voto, mesmo tendo capacidade e competência, ser escolhida ou escolhido para ser cabeça de chapa”.

Debandada

Por falar em Geraldo, sua candidatura tem dado sinais de esvaziamento. Além de continuar enfrentando resistência na esquerda, como evidencia a fala de Olívia, e a falta de engajamento dos aliados, ele tem visto lideranças e pré-candidatos a vereador seguirem para o grupo do prefeito Bruno Reis. Sem contar no Solidariedade, que ameaça lançar candidatura própria e em vereadores petistas que não cansam de reclamar da falta de coordenação.

Empurrando com a barriga

Um membro do governo estadual que acompanhou o ato em que o governador Jerônimo entregou o projeto de lei do programa “Bahia pela Paz” na Assembleia Legislativa, na última quarta-feira, não escondeu o desânimo com a proposta. “Deveria se chamar programa empurrando com a barriga”, cochichou, ao avaliar que a medida não ataca a crise de segurança pública que já está instalada no Estado, embora traga iniciativas para tentar fomentar a cultura de paz.

Fobia

Brincam nos corredores da Assembleia Legislativa que o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), foi diagnosticado com Alectorofobia em meio às tratativas para indicação de nomes da base para o Conselho de Ética da Casa. Outros parlamentares também teriam sido avaliados com a mesma patologia. Entendedores entenderão.

Racha

O grupo do prefeito de Irecê, Elmo Vaz (PSB), ainda não engoliu a escolha dele para disputar sua sucessão em outubro deste ano. Ele indicou para a corrida eleitoral seu secretário de Governo e homem de confiança, Murilo Franca (PSB), mas tem enfrentado resistência.

O presidente da Câmara, Figueiredo, que integra o grupo de Elmo e deve se filiar ao PDT, também vai para a disputa. Quem acompanha a política no município diz que Figueiredo tem pontuado bem nas pesquisas e é um nome mais competitivo. “Era o candidato, mas Elmo preferiu botar alguém de sua cozinha”, confidenciou uma fonte, sob anonimato.

Desunião na base

A disputa pela prefeitura de Ilhéus também tem dado sinais de um racha do grupo petista. O prefeito Mario Alexandre, o Marão (PSD), parece estar disposto a comprar briga com lideranças governistas. Ele deve anunciar o secretário de Administração, Beto Lima, como seu nome para a disputa de outubro, o que não agrada em nada a base do governo. O grupo tem os nomes do vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) e da secretária estadual da Educação, Adélia Pinheiro, como preferidos.

O veto do cacique

Além disso, Marão articula apoio à pré-candidatura do deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) em Itabuna contra seu colega de partido, o prefeito Augusto Castro (PSD). O senador Otto Alencar, cacique maior do PSD no estado, já avisou que não vai aceitar. Mas Marão parece não estar se importando e já articula para se filiar ao Avante. Quem acompanha o jogo diz que a guerra ainda não foi declarada, mas está prestes a explodir.

(Fonte: Correio 24 horas, com informações do IB)

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